segunda-feira, 9 de março de 2020

Zagreb - a bela capital da Croácia


Zagreb, a capital da Croácia, é uma encantadora cidade localizada no coração do país, com quase um milhão de habitantes. Embora fosse habitada desde a Pré-história, começou a se desenvolver na metade do século XVIII.


Zagreb é uma cidade que soube manter sua complexa história e ampliá-la com diversos estilos, desde a imponente arquitetura austro-húngara às construções austeras do período socialista, passando pelo estilo moderno, que começava a despontar quando visitamos a cidade, em 2008.


Nós visitamos Zagreb acompanhando um time de jogadores de basquete, formado por amigos e parentes, que jogou com um time croata, em 2008. Todos amadores, mas nem por isso menos apaixonados pelo esporte. Essa experiência nos proporcionou o contato direto e familiar com a cultura croata, conhecemos melhor seus hábitos, sua culinária e um pouco mais sobre a história do país, através das impressões pessoais dos mais velhos, que viveram o período socialista e a transição para o capitalismo.

A cidade é conhecida por sua intensa vida cultural, com diversos museus, galerias, bibliotecas, teatros e monumentos que enriquecem o legado cultural e que mostram a diversidade de seu povo. Mas também encontramos um grupo de jovens croatas apaixonados pela capoeira.



Praça Ban Jelačić

Sugerimos começar o roteiro de uma visita a Zagreb aqui. É a praça principal, com edifícios imponentes de diversos estilos arquitetônicos, além de bares encantadores, com muito movimento durante todo o dia. Aliás, também nas suas proximidades também é possível encontrar diversos grupos de artistas, que apresentam belos espetáculos musicais e teatrais de rua.








No centro está a igreja do século 13, com um telhado colorido, decorado com os brasões de Zagreb e o antigo reino da Croácia, Dalmácia e Eslavônia.


Mercado de Rua Dolac Market

Depois de visitar a belíssima Catedral, aconselhamos uma pequena caminhada até o Mercado Dolac, uma feira ao ar livre, onde é possível conhecer produtos típicos, experimentar gostosos doces típicos e apreciar o artesanato croata, além de curtir a sonoridade do idioma e apreciar aspectos característicos dessa bela cultura.





Não deixem de ir até a “Porta de Pedra”, antigo acesso à cidade medieval e um local de grande sentimento religioso, com diversos agradecimentos a Nossa Senhora, por graças alcançadas.

Strossmayer Promenade & Funicular

Depois de passear pelo centro é imprescindível visitar a parte mais alta de Zagreb para apreciar a cidade do alto. Pode-se ir com o funicular, ou se preferir ir a pé, a partir do mercado tem placas orientando o caminho até lá.

Nessa viagem não tivemos tempo para visitar os museus, pois as atividades esportivas e familiares foram intensas. Os croatas venceram a partida e fizeram questão de nos oferecer uma série de atividade festivas.

Quando visitar Zagreb?

Vale destacar que entre abril e maio as temperaturas são bem agradáveis e recomeçam as atividades ao ar livre, em junho e julho se realizam os mais interessantes festivais e iniciativas culturais. Em setembro e outubro os jardins públicos se tornam ainda mais  magníficos com as cores do outono, mas quem ama o frio também pode apreciar as baixíssimas temperaturas do inverno.

Uma viagem de carro, em direção às praias do Mar Adriático e as cidades históricas de Dubrovnik, Šibenik, Zadar, ou quem sabe, até Viena, deve ser uma experiência inesquecível. Assim como uma viagem através de conexões ferroviárias, rodoviárias e aéreas com as grandes cidades europeias e com as praias croatas podem compor um roteiro maravilhoso.




terça-feira, 3 de março de 2020

Corona vírus, um viajante no nosso pequeno planeta


This illustration provided by the Centers for Disease Control and Prevention (CDC) in January 2020 shows the 2019 Novel Coronavirus (2019-nCoV). (CDC via AP)
Eis que aparece um viajante inesperado, Corona vírus ou COVID-19,  um vírus que viaja a bordo dos seres humanos, que ultrapassa fronteiras e não tem nenhum preconceito de raça, credo ou classe social.  Apesar dos esforços de cientistas de todo o mundo ainda se sabe pouco sobre ele, mas seus efeitos são imediatos: escolas, universidades, teatros e museus fechados nas cidades mais atacadas por ele.

A distância física aconselhada entre as pessoas é de dois metros, então quem está distante dessas cidades sente certo alívio, aqueles que moram em pequenos centros urbanos ou em área rurais se sentem instintivamente mais seguros, menos expostos ao contágio.


Mas é apenas uma ilusão temporária, porque ao longo da estrada deserta tem uma pequena vila, depois dela uma cidade, com um aeroporto ligado a outros tantos no mundo. Tem os filhos que foram estudar nas grandes cidades, os vizinhos que saíram de férias, o empreendedor que viajou para divulgar seus produtos. Tem os viajantes apaixonados por novas terras e culturas. Pessoas que se encontram em assembleias, reuniões, mesmo lá onde a humanidade se organiza sozinha. Tem um parente que foi jantar na casa de outro, afinal como poderia saber? Tem um quarto da humanidade viajando, ou seja, quase dois bilhões de pessoas, que circulam num mundo que insiste em se dividir em países e estabelecer fronteiras entre estados e cidades, na esperança de colocar ordem no caos fervilhante de movimentos, relações, trocas, conflitos e migrações.  Ninguém está imune, realmente ninguém.


E assim, o isolamento perde sua consistência, nos damos conta, no bem e no mal, de estarmos menos sozinhos do que pensávamos. A possibilidade de contágio, de TODOS os contágios é proporcional à energia do mundo, do fervilhante mundo em movimento. O contágio é morte (em minúsculo percentual), mas também é vida, com o curso de suas trajetórias, das viagens, dos corpos em movimento. Estamos mais perto dos outros do que imaginávamos, inevitavelmente perto de Wuhan, das grandes metrópoles mundiais e também dos vilarejos e cidades pequenas que quase ninguém conhecia, como Codogno, na Itália.



Tudo está em relação com tudo, ninguém é uma ilha. Pelo menos para isso serve o contágio, que nos fazer sentir na carne, no nosso medo, e na sagrada rejeição do medo, que de um lugar ao outro tem poucos passos de distância.

Risultato immagini per mondo

Texto livremente inspirado na crônica de Michele Serra, no jornal italiano “Repubblica”
03/03/2020