sábado, 23 de novembro de 2019

Museu Poldi Pezzoli – um palácio de maravilhas

Visitamos o Museu Aldo Pezzoli acompanhados por um guia turístico, que nos contou a história do Museu, de seu criador e da longa história dessa belíssima "Casa-Museu". Vários grupos acompanhados por outros guias também estavam no local, disputando cada minuto como uma preciosidade.

Aberto ao público em 1881, muito amado pelo público milanês e internacional, o Museu Poldi Pezzoli não apenas encanta pelos seus ambientes, que evocam as épocas do passado da Idade Média ao século XVIII, incluindo o Arsenal, reinterpretado pelo artista contemporâneo Arnaldo Pomodoro, mas também pela variedade e riqueza das coleções. 


Obras-primas de pintura, esculturas, tapetes, rendas e bordados, armas e armaduras, jóias, porcelana, vidro, móveis, relógio de sol e relógios mecânicos: mais de 5000 objetos extraordinários, da antiguidade ao século XIX, imersos em uma atmosfera mágica.



O Museu Poldi Pezzoli é uma “casa- museu”, localizada no centro de Milão, na Rua Manzoni. Foi inteiramente criado pelo conde Gian Giacomo Poldi Pezzoli (1822-1879) que, por disposição testamentária de 1871 criou a Fundação de Arte Poldi-Pezzoli para abrigar perpetuamente as obras de arte que ele colecionou durante a vida. O museu está localizado a poucos passos do Teatro alla Scala.



"Determino que minha casa e todos os trabalhos nela contidos se tornem a Fundação Artística para uso e benefício público em perpetuidade, de acordo com os regulamentos em andamento para a Pinacoteca di Brera."
 Palavras do Testamento de Giacomo Poldi Pezzoli


O museu faz parte do circuito "Case Museum of Milan" e exibe obras de vários artistas, incluindo: Perugino, Piero della Francesca, Sandro Botticelli, Antonio Pollaiolo, Giovanni Bellini, Michelangelo Buonarroti, Pinturicchio, Filippo Lippi, Andrea Mantegna, Jacopo Palma il Vecchio, Francesco Hayez, Giovanni Battista Tiepolo, Alessandro Magnasco, Jusepe de Ribera, Canaletto, Lucas Cranach, o Velho, Luca Giordano.

Obras de Piero della Francesca e Sandro Botticelli
A descrição publicada pelo jornal “Corriere dela Sera”, em 26 de abril de 1881, já ilustrava a qualidade e o sucesso da “Casa-Museu”: "Um baú que se abre nas histórias das mil e uma noites. São nada menos que dez ou doze ambientes entre grandes e pequenos, alguns realmente plenos de objetos preciosos, tanto para a arte pura quanto para as indústrias artísticas. Você pode ver os exemplos mais esplêndidos da pintura lombarda, florentina e veneziana com a marca de autenticidade. Assim, um porção de objetos de arte de ourives, de cerâmica, de vidro e de móveis, além de uma grande sala com armaduras e armas, tudo um esplendor de luzes e cores que exigem olhares repetidos, nunca bastante satisfeitos ". (Corriere della Sera, 26 de abril de 1881)







22/11/2019

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

O Galo de Barcelos é oficialmente um dos símbolo de Portugal, mas por que será?


O galo está presente no folclore português há muito tempo, mas foi a partir do século XX que assumiu um papel de protagonista como símbolo de Portugal. Em 1935 foram apresentadas dezenas de cópias em uma exposição internacional de arte em Genebra, depois outro “revival” aconteceu nos anos 50 e 60, quando foi associado à sociedade rural de Portugal e utilizado como objeto e imagem promocional, por ocasião de feiras e eventos turísticos.


O galo é encontrado como souvenir, em imagens, estatuetas, jarras, guardanapos, aventais, etc., especialmente nas localidades turísticas.



Este galo muda de cor de acordo com o tempo, azul quando  ensolarado e rosa quando prevê chuva, passando por variações de cinza. Funciona!

Mas a origem do galo como símbolo de Portugal é explicada através de uma lenda, na pequena cidade de Barcelos, que também é conhecida por ser uma das paradas do tradicional Caminho Português de Santiago de Compostela. A curiosa lenda do galo está associada à cruz medieval que faz parte do espólio do Paço dos Condes. Atualmente tem galos espalhados por todo canto da pequena cidade portuguesa, indicando a importância e a força da lenda

A lenda do Galo de Barcelos

A lenda do Galo de Barcelos conta a intervenção milagrosa de um galo morto na prova da inocência de um homem  acusado por engano. 
Foto de Joseolgon do Paço dos Condes de Barcelos
Os habitantes de Barcelos andavam alarmados com um crime, do qual ainda não se tinha descoberto o criminoso que o cometera. Certo dia apareceu um jovem que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo, mesmo que ele tivesse jurado de inocência, justificando que estava apenas de passagem em peregrinação a Santiago de Compostela, cumprindo uma promessa.

Ao ser  condenado à morte na forca o homem pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos. O jovem voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa e exclamou:

- “É tão certo eu ser inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem”!

O juiz empurrou o prato para o lado e ignorou o apelo, mas quando o peregrino estava para ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Compreendendo o seu erro, o juiz correu para a forca e descobriu que o rapaz se salvara graças a um nó mal feito. O homem foi imediatamente solto e mandado em paz.

Alguns anos mais tarde, o jovem teria voltado a Barcelos para esculpir o “Monumento do Senhor do Galo”, em louvor à Virgem Maria e a Santiago Maior, monumento que se encontra no Museu Arqueológico de Barcelos.

 Wook.pt - A Lenda do Galo de Barcelos
A Lenda do Galo de Barcelos

de Maria José Meireles; Ilustração: Joana Quental
edição: Campo das Letras, abril de 2003

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Nas montanhas de San Domenico, buscando alguns raios de sol

O espírito de "viaggiandante" nos leva à grandes e pequenas viagens. Algumas vezes um pouco de turismo na própria cidade ou quem sabe acordar mais cedo, partir com o carro para algum lugar inspirador e passar o dia curtindo cada momento. Como já dizia Confucio: “Onde quer que vá, vá com todo seu coração.”

Dessa vez, cansados de tantos dias chuvosos e nublados resolvemos buscar um pouquinho de sol em San Domenico, uma fração de Varzo (província de Verbano-Cusio-Ossola), situada a 1410 m de altitude, no vale de Cairasca, um vale lateral do Val Divedro, em Ossola.

Previsão do tempo
Pedra úmida - chove
Pedra seca - não chove
Pedra faz sombra no terreno - ensolarado
Pedra branca - neva
Não se vê a pedra - cerração, neblina
A pedra balança - vento
A pedra salta - terremoto
Não tem mais a pedra - furacão




San Domenico é a base para excursões ao Parque Natural de Alpe Veglia e Devero, localizado a 1750 m s.l.m. perto da fronteira com a Suíça e da bacia do Alpe Ciamporino.



A planície de Alpe Ciamporino, no inverno, é frequentada por esquiadores que usam os teleféricos San Domenico, que atingem uma altitude de 2500 metros.  No verão, a estação de teleférico Alpe é o ponto de partida de um dos acessos ao Alpe Veglia e permite reduzir a diferença de altura para alcançá-lo .



14/12/2016

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Faença (Faenza), a cidade da cerâmica

Faença (Faenza, em italiano) é uma cidade italiana da bela e próspera região da Emília-Romanha, na província de Ravena, localizada a 50 km de Bolonha e a 65 km de Rímini, ou seja próxima das colinas e do mar.


Conhecida internacionalmente pela "cerâmica – faience” ou “maiolica” em vários idiomas europeus, cuja tradição vem do século XII, no esplendor do renascimento. Portanto, é imperdível uma visita ao Museu Internacional de Cerâmica (MIC), fundado em 1908, que ostenta peças maravilhosas, de diferentes épocas históricas e diversas proveniências, com uma rica seção dedicada à cerâmica do Renascimento.




Famosa Cerâmica de Lodi










Na cidade podemos encontrar bem mais de sessenta lojas de cerâmica, artesãos e artistas de renome, que produzem objetos, formas e decorações de marcas certificadas, desde reproduções históricas a experiências artísticas. 

A história de Faença vem de longe, desde 1300 é um importante ponto de encontro político e cultural da região. Destacamos a beleza e a arquitetura da “Piazza del Popolo” (Praça do Povo), do “Palazzo del Podestà” (Palácio do Senhorio), do Palazzo Municipale (Palácio Municipal), da Piazza dela Libertà (Praça da Liberdade) e Duomo (Catedral), além da bela Fonte Monumental com os bronzes do século XVII.

Em outros lugares do centro histórico também chamam a atenção o “Palazzo Milzetti” com ambientes internos decorados por artistas neoclássicos, o famoso Teatro Masini e a Pinacoteca.








Memórias da Primeira Guerra Mundial, no seu centenário



Nas paredes de Faença observamos  as memórias dos tristes momentos da guerra, uma forma de tornar viva uma realidade para que se conheça e nunca mais se repita. Por exemplo, os tempos de fome, quando eram distribuídas fichas para que as famílias retirassem farinha e os poucos alimentos à disposição, a dificuldade em encontrar alojamentos mobiliados na cidade ou os preços da locomoção.





Atualmente o território é rico em produtos de alta qualidade, como Pesca da Romagna e Nettarina IGP, pêssegos e uva, produção biológica. Vinhos de origem certificada como  Sangiovese,  Trebbiano, do Pagadebit à famosa “Cagnina dolce”. Para degustações típicas aconselhamos a “Strada del Sangiovese” – “Strada dei Vini” e “Sapori do Colline di Faença”.

Mostra Ganeshamusa

Quando estivemos no Museu Internacional da Cerâmica tivemos a oportunidade de apreciar uma belíssima mostra de arte indiana, Ganeshamusa, de Luigi Ontani.






02/05/2017

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

A magia das festas medievais

As festas medievais, ou “medioevali”, são manifestações organizadas ocasionalmente em cidades da Europa, em países e cidades que representam a memória de um evento religioso, político ou militar, ligado à Idade Média. Participar de uma dessas festas é uma magia inesquecível, uma verdadeira viagem no tempo.
A Itália é um país rico em história e constelado de pequenas cidades que mantém estruturas medievais, ruas e castelos que se transformam em cenários ideais para a realização de uma festa inspirada na Idade Média. Uma experiência fantástica que nos faz sentir também como um personagem, observando e interagindo


São os moradores das cidades que se caracterizam com vestuários antigos, das antigas cortes reais e desfilam pela cidade. Organizam tendas onde simulam a fabricação de armaduras e objetos históricos, decoram tavernas e restaurantes para oferecer cardápios medievais. Corridas de cavalos (Palio) mobilizam a cidade, onde cada bairro se enfeita e organiza suas torcidas, como nos velhos tempos.


Em algumas cidades é possível observar o cuidado histórico dos organizadores, que organizam a festa como se realmente fosse um cenário medieval, com as cortes, os senhores e até mesmo com os escravos pedindo esmolas. Danças e música da época, atividades esportivas, pequenos mercados, artesãos, soldados, enfim, o cotidiano da Idade Média.