segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Carnaval de Veneza 2024


Com o título evocativo “Ad Oriente.  A incrível jornada de Marco Polo”, o Carnaval de Veneza 2024 celebra um de seus maiores viajantes!

 Por ocasião do 700º aniversário da sua morte, em 8 de janeiro de 1324, Marco Polo regressa à lagoa como protagonista da tradição do carnaval veneziano.  O tema da viagem, da descoberta e do encontro com mundos antes apenas imaginados, mas também a viagem entendida como uma viagem em busca de si, para se descobrir diferente de quando partiu, está no centro da edição de 2024 do Carnaval de Veneza.

 A cidade de Veneza, de 27 de janeiro a 13 de fevereiro, torna-se assim o mapa desta extraordinária viagem fantástica que conduzirá os visitantes pelas ruas e praças, pelas ruas e praças animadas por espetáculos, música e arte, para um Carnaval espalhado pela cidade território, das ilhas ao continente.

 O protagonista é o Carnaval Street Show com os melhores artistas do cenário internacional nas áreas de música, circo-teatro e palhaçaria.  Não faltam eventos tradicionais com a mais bela máscara e a seleção das 12 Marias, enquanto o jantar show oficial de Carnaval retorna ao Ca' Vendramin Calergi, intitulado "Na Corte do Grande Khan", mais uma vez assinado pelo estilista Antônia Sautter.  A edição de 2024 do Carnaval também conta com a presença de carros alegóricos mascarados por toda a cidade, desde as ilhas da lagoa até o continente.

 O Arsenale confirma-se como protagonista de um espetáculo extraordinário e emocionante na água.  “Terra incognita” é o espectáculo que enche de magia o corpo de água do Darsena Grande seguindo os passos de Marco Polo.

 Mas a arte e o teatro também regressam para celebrar o Carnaval com uma programação de espetáculos nos espaços culturais da cidade com a experiência comprovada do Carnaval da Cultura em colaboração com a Bienal e as diversas entidades da cidade.

Mais informações: https://carnevale.venezia.it/






O Carnaval de Veneza é um dos eventos mais esperados do ano. É uma das festas mais antigas da Itália e uma das mais famosas do mundo, vale a pena participar pelo menos uma vez na vida.

Veneza e nós!







Conhecido em todo mundo por sua beleza e elegância, torna-se um palco para o desfile de máscaras e fantasias maravilhosas. Casais, grupos de amigos, famílias e pessoas sozinhas desfilam com fantasias sofisticadas e/ou criativas, todos tem se orgulham ao serem são parados  pelos turistas para fazer uma foto. Fazem pose e elegantemente agradecem por serem apreciados.




Para participar da festa nas ruas basta comprar ou alugar uma bela fantasia, desfilar pelas ruas e se deixar fotografar. Uma possibilidade econômica é comprar somente uma máscara, que varia de preço conforme a qualidade e a proveniência, a partir de oito euros até algumas centenas de euros, no caso de produtos artesanais nas lojas especializadas.



Festas e bailes animam os melhores hotéis e casas privadas no centro histórico, onde os bailes mais famosos custam em torno de 500 euros por pessoa, além do investimento nas fantasias.




Porém, para quem quiser sentir o clima do carnaval na Praça São Marcos tem a apresentação de danças, desfiles, música e DJ animando a festa. Nas ruas muitas pessoas fantasiadas, que adoram ser fotografadas e dão o estilo refinado do carnaval veneziano. Uma infinidade de turistas caminhando lentamente pelas ruas ou passeando em gôndolas entra no clima usando máscaras vendidas pelos ambulantes.





 Veja no final da página algumas dicas para se locomover, comprar e alugar fantasias

História do Carnaval de Veneza


As suas origens são antiguíssimas, sendo que o primeiro documento é de 1094, do Doge Vitale Falier, onde se fala de diversão pública e no qual aparece o termo “Carnaval” pela primeira vez.

A instituição do Carnaval em Veneza é geralmente atribuída à necessidade de conceder à população, sobretudo aos menos favorecidos, um período dedicado inteiramente ao divertimento, durante o qual os venezianos de todas as classes sociais e os visitantes se encontravam pelas ruas, com muita música e bailes, utilizando máscaras e fantasias para preservar o anonimato.



O primeiro documento oficial que declarou o Carnaval de Veneza uma festa pública foi editado em 1296, quando o Senado da República declarou como dia festivo o primeiro dia depois da Quaresma.
Nessa época, e por muitos séculos sucessivos o Carnaval durava seis semanas.

O uso das máscaras

As pessoas que usavam as máscaras e as fantasias podiam esconder totalmente a própria identidade e anulavam dessa maneira as diferenças pessoais, de classe, sexo e religião.








A participação alegre e secreta neste ritual coletivo de festa era, e é atualmente, a essência do Carnaval. Um período descontraído e de liberação do cotidiano, dos preconceitos e das preocupações.
Com o uso cada vez mais difuso das fantasias para o Carnaval, em Veneza se desenvolveu gradualmente um verdadeiro comércio de máscaras e adornos. A partir de 1271 se inicia a especialização da produção, com a criação de máscaras de argila, de gesso, de tecido e papel machê. Cada vez mais enriquecidos com desenhos, pérolas, pinturas, pedras e plumagens. Até que 1436 os produtores passam a ser considerados como artesãos profissionais, conforme registro no Arquivo Histórico de Veneza.


Por muito tempo o Carnaval dos Venezianos era festa completa, onde o trabalho era esquecido e o tempo dedicado às festas e espetáculos organizados na Praça São Marcos e em todos os maiores espaços de Veneza. Acrobatas, músicos, dançarinos, espetáculos circenses com animais e várias exibições. Mas também espetáculos organizados em casas privadas, nos cafés e nos teatros, festas suntuosas nos palácios venezianos e elegantes bailes de máscaras.



Porém, é no século XVIII que o Carnaval de Veneza atinge o seu máximo esplendor e o reconhecimento internacional, se transformando no carnaval mais prestigiado em toda a Europa. São dessa época as aventuras do famoso Giacomo Casanova, escritor veneziano e famoso aventureiro.


Dicas para comprar máscaras
As máscaras mais econômicas podem ser adquiridas com vendedores ambulantes e em lojas de produtos turísticos, com preços a partir de 8 euros.
As máscaras artesanais são lindas e um pouco mais caras, podem ser adquiridas em lojas especializadas, onde é possível apreciar o trabalho dos artistas.


Carnaval Moderno
Em 1797, com a ocupação francesa de Napoleão e depois com a invasão austríaca, o Carnaval foi interrompido no centro histórico, por medo de rebeliões e desordens por parte da população. Somente nas ilhas maiores da Lagoa de Veneza, como Burano e Murano, as festas prosseguiram, ainda que com menor entusiasmo dos períodos anteriores.



Somente em 1979, quase dois séculos depois, a secular tradição do Carnaval de Veneza renasceu oficialmente das cinzas, graças ao empenho de algumas associações e contribuição da cidade de Veneza, do Teatro “La Fenice”, da Bienal de Veneza e outras entidades turísticas.


Com poucas edições, graças à visibilidade mediática reservada ao evento e à cidade, o Carnaval de Veneza voltou a ter sucesso como as antigas manifestações, mas com modalidade e atmosfera diferente.

O atual Carnaval de Veneza se tornou um grande e espetacular evento turístico, que atrai milhares de visitantes de todo o mundo para participar dessa festa considerada única pela sua história, atmosfera e máscaras.





Nas ruas da cidade o movimento de pessoas é intenso, especialmente aos finais de semana




Para se locomover em Veneza.
Se prepare para caminhar muito, pois em Veneza não tem carros ou bicicletas, o transporte é unicamente marítimo.


Site oficial do Carnaval de Veneza: https://carnevale.venezia.it/

 Máscaras: mais econômicas com vendedores ambulantes e lojas de produtos turísticos, as mais simples custam 10 euros ou duas por 15 euros
As máscaras artesanais são lindas e um pouco mais caras, em lojas especializadas, onde é possível apreciar o trabalho dos artistas.

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Casa Verdi - uma residência de repouso para músicos em Milão


Casa Verdi
Casa de repouso para músicos, em Milão
“Visitamos a “Casa Verdi”, guiados por um senhor apaixonado pela história, um dos voluntários do Touring Club Italiano”, que dedica algumas horas de seu dia para acompanhar os visitantes que desejam conhecer este espaço, esta forma de viver, desejada pelo grande compositor Giuseppe Verdi.

Foi ele que nos contou como Verdi utilizou grande parte de sua fortuna para construir esta casa no centro de Milão, destinada como residência para músicos solitários, para que pudessem concluir suas vidas com dignidade. Mas também como espaço de aprendizagem para jovens músicos, que podem se hospedar pagando valores simbólicos, desde que dediquem parte de seu tempo para atender os idosos. Uma troca entre gerações, onde ao aprender se ensina, vice-versa.

Voluntário do Touring Club Italiano, da belíssima iniciativa chamada
"Aperti per Voi", Abertos para Vocês, que possibilita que diversos espaços religiosos
e/ou culturais permaneçam abertos gratuitamente para visitação


Os hóspedes não vivem na Casa Verdi, mas “vivem a Casa Verdi” em inúmeros modos, ouvindo muitas histórias de vida pessoal e pública, criando momentos mágicos de arte e convivência ou participando de variadas atividades e eventos. A música é o fio condutor que une essas gerações, mas também são ativos laboratórios de diversas áreas artísticas, pintura, joalheria, além das atividades culturais externas. Muitos concertos acontecem na Casa Verdi, organizados ou simplesmente quando algum dos seus moradores decide utilizar um dos instrumentos à disposição.



Além de Verdi muitos foram os doadores para construção da casa e para sua manutenção. Foi o próprio compositor que sugeriu aos músicos moradores para reservarem uma parte de seus direitos autorais para comprar imóveis nas redondezas, para que o rendimento dos mesmos pudessem manter a residência no decorrer dos anos. Grande visionário, atualmente esses valores são responsáveis por grande parte do orçamento da instituição.

Principais colaboradores da Casa Verdi





Para complementar as informações dessa belíssima experiência da “Casa Verdi” apresentamos nossa tradução do texto escolhido pela própria instituição para descrevê-la. Uma descrição que o crítico musical e letrista, Lorenzo Arruga, escreveu para a publicação “O repouso do artista – a Casa Verdi”, editada pelo Touring, em 2002:

“Casa Verdi”.  “Nós a chamamos assim, desde sempre. Nada de “Casa de Repouso para Músicos”, mesmo se esse repouso, desejado por Giuseppe Verdi, é intenso e genial; nada de palavras como instituição, fundação, instituto. Simplesmente “Casa Verdi”, como se morasse ali, como se quem vai nesse lugar pudesse encontra-lo. E ali Verdi foi sepultado. Tem a cripta, solene,  que consegue unir a austeridade e a abundância, característica do poeta Boito e de seu irmão Camillo, arquiteto desse edifício.




Alguma coisa de severo e suntuoso, de não perfeito, mas organizado e simbólico, que é um pouco uma marca do teatro de ópera, onde ao entrar vem a vontade de saber cantar ópera para poder rezar assim, como ele fazia, laico e desconfiado, mas constrito a admitir a necessidade de rezar exatamente quando fazia cantar. 

Giuseppina Strepponi - segunda esposa de Verdi
Giuseppe Verdi está alí, morto, com sua esposa Giuseppina Strepponi, ao lado. Uma indiscrição que nasce de qualquer confissão dos descendentes do Mestre insinua que ele tivesse pensado de ter seu túmulo na casa de sua amadíssima em Santa Ágata; e que depois, após ter escolhido um novo lugar definitivo para o último repouso, tivesse explicado aos parentes: “Vos alivio vocês do incomodo de tanta gente viria me visitar morto na casa de vocês!”.

Mosaicos da cripta onde Verdi está sepultado, junto à sua esposa Giuseppina Strepponi,  na Casa Verdi

Em Milão todos sabem onde é a Casa Verdi. Quem não sabe e pergunta a um passante, recebe a resposta pronta. Quase curioso este fato, que com tanta naturalidade uma iniciativa, uma instituição, um lugar, uma comunidade, tenha se inserido familiarmente na existência de uma cidade dura e algumas vezes indiferente como Milão.

Local onde localizada a Cripta, na Casa Verdi
Alguma coisa de enraizado, dentro da história irrenunciavelmente. Parece que confirmam as pesquisas, sobre lugares e coisas reconhecidas pelos milaneses. Mas basta morar em Milão para ser seguro. Quando se entra e se sente a história que não envelhece. A modernidade, a atualidade ou a moda envelhecem. Mas as coisas que exprimem uma boa razão, uma inteligência concreta, uma grande ocasião, vivem, exatamente por aquilo que são e sem sair de uma imagem ligada ao seu tempo, à continuidade da história.

Primeiro piano onde Verdi tocou seus primeiros acordes, ainda criança

Este piano foi utilizado somente por Verdi, sobre ele está a partitura de "Otelo" no ambiente preservado para honrá-lo.
Ali, nesse ambiente de 1800, uma residência com janelas grandes e espaço amplo, com móveis que muitas vezes nos recordam ambientes vistos em casas de antigas gerações, mas com alguma coisa de importante, de íntimo e solene, onde ficamos à vontade. Como em uma casa da memória que desejamos deixar sempre intacta, cuidada com afeto.


Quem foi Giuseppe Verdi (1813 – 1901)


Giuseppe Fortunino Francesco Verdi (Roncole, 10 de outubro de 1813 — Milão, 27 de janeiro de 1901) foi um compositor de óperas do período romântico italiano, sendo na época considerado o maior compositor nacionalista da Itália, assim como Richard Wagner era na Alemanha.

Diante da Casa Verdi a sua estátua, que demonstra o imenso afeto que a cidade lhe dedica.

Foi um dos compositores mais influentes do século XIX. Suas obras são executadas com frequência em casas de ópera em todo o mundo e, transcendendo os limites do gênero, alguns de seus temas já estão muito enraizados na cultura popular - como "La donna è mobile", de Rigoletto, "Va, pensiero" (Coro dos Escravos Hebreus) de Nabucco, "Libiamo ne' lieti calici" (Valsa do Brinde) de La Traviata e a "Gloria all'Egitto e ad Iside" (Marcha Triunfal) de Aida. 




No vídeo um registro de um dos encontros geracionais da Casa Verdi, onde uma jovem estudante de música se apresenta para colegas e anciões, todos moradores da Casa Verdi, diante dos olhares dos visitantes, como nós!


Visitas:
Endereço: Piazza Buonarroti, 29Milão (MI)
024996009
Para visitas de grupos: info@casaverdi.it
Os Voluntários Touring acolhem os visitantes, gratuitamente, todas as terças-feira e sábados, das 14:30 às 18 horas