quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Praga, a maravilhosa cidade dourada

Praça da Cidade Velha
Escolhemos Praga, uma cidade mágica, para festejar nosso 10º aniversário de casamento, inspirados por sua beleza e magia, sim porque é plena de histórias de magos, alquimistas e astrólogos. Constatamos que fizemos uma bela escolha, porque realmente é uma cidade extraordinária, plena de monumentos e museus, rica de experiências. Não é atoa que a capital da República Tcheca é considerada uma das cidades mais belas da Europa.
”Ama quem te olha como se fosse magia.” Frida Kahlo
Situada na Boêmia central, a cidade de Praga localiza-se sobre colinas, em ambas as margens do rio Moldava. O curso sinuoso do rio através da cidade, com belas e antigas pontes, contrasta com a presença imponente do grande Castelo de Praga em Hradcany.


A história de Praga começou com os celtas, que se estabeleceram nessa zona nos séculos IV e III a.C., mas as primeiras notícias de um assentamento permanente em Praga remontam ao século IX, quando, segundo a lenda, a princesa Libuse e seu marido Premysl fundaram a cidade, que foi governada por sua dinastia entre os séculos IX e XIV, se convertendo no núcleo político do reino da Boêmia e num dos mais importantes centros comerciais da Europa medieval.


Praga experimentou belas fases de florescimento em sua história, mas também muitas invasões, revoltas e guerras, que estão registradas na sua cultura, na sua arquitetura, na arte e no DNA de seu povo. Aconselhamos que a visita seja feita com guia turístico para realmente compreender a magia da cidade das 100 torres.


Iniciamos nosso tour caminhando sem destino por suas belas ruas, apreciando a arquitetura, observando as pessoas e tentando decifrar sua linguagem. Logo nos deparamos com a belíssima “Praça da Cidade Velha”, que é um dos lugares mais agradáveis de Praga.



Nessa praça está localizado o Orloj, que é um relógio astronômico, um monumento científico medieval, montado na parede sul da Prefeitura Municipal. Ele tem três componentes principais: o mostrador astronômico, representando a posição do Sol e da Lua no céu, com várias informações astronômicas; a ”Caminhada dos Apóstolos”, um show mecânico representado a cada troca de hora com as figuras dos apóstolos e outras esculturas com movimento; e um mostrador-calendário com medalhões representando os meses (ou zodíacos, como aparecem em alguns textos).



Ele foi construído em 1410 pelo mestre relojoeiro Nikolas zu Kadaň e por Jan Šindel, este último professor de matemática e astronomia. No decorrer dos séculos ele parou de funcionar várias vezes, mas sempre restaurado, funciona perfeitamente ainda hoje.Existe uma lenda relativa à construção do relógio, que diz que por ordem dos governantes cegaram o relojoeiro para que não pudesse construir nada igual pelo mundo. Para se vingar o relojoeiro parou o relógio, que só voltou a funcionar quando os conselheiros lhe imploraram e permitiram que ele continuasse a trabalhar.

Ainda na Praça da Cidade Velha fomos visitar a Torre da Pólvora, que é uma parte do interior do Castelo de Praga. Era uma das 13 torres góticas defensivas que faziam parte das muralhas que rodeavam a cidade velha em 1232, mas é a única que se encontra de pé nos dias de hoje. Entramos no seu interior para contemplar a cidade do alto e conhecer o espaço dedicado à história de Praga e de suas torres.

Depois fomos até a Ponte Carlos, construída a pedido do rei Carlos IV, considerada um dos principais monumentos da República Tcheca. O momento de sua construção foi estabelecido pelos principais astrólogos e alquimistas da época, a partir do número 135797531, formado por um triângulo mágico de números que resultou na data de 9 de julho de 1537, às 5h e 31 min. O objetivo seria  preservá-la no decorrer dos séculos.

 Segundo uma lenda no ato de construção da ponte colocaram gemas de ovos na massa, para tornar mais sólida a sua estrutura.
Foto de Caro Sodar



Nos dois lados da Ponte estão colocadas as 30 estátuas de santos católicos. A estátua mais visitada é de São João Nepomuceno.  Ele havia sido jogado no rio em 1393 por ordem de Venceslau IV.  No século XVIII São João Nepomuceno foi santificado e dizem que se você faz um pedido colocando a mão esquerda na base da estátua terá o desejo realizado.


O Castelo de Praga, construído no século IX é formado por prédios fantásticos e circundado por pequenas e características ruazinhas. Ele é extremamente unido ao nascimento da cidade e, portanto, é uma visita imperdível para quem quer conhecer a história de Praga. É necessário dispor de muitas horas para visitá-lo.


No Castelo aconselhamos visitar a Catedral de São Vito, Antigo Palácio Real, rua Golden Lane, Basílica de São Jorge, Palácio da família Lobkowicz, Toy Museum ( Museu dos Brinquedos), Jardins do Castelo, Loreto e a santa de barba, Monastério Strahov, além de reservar um tempo para assistir a Troca da Guarda.















Durante a visita ao Castelo, destacamos o passeio na rua de casinhas coloridas, a Golden Lane, onde moravam os artesãos, ferreiros e ourives. No número 22 morou Kafka, local onde hoje funciona uma loja de livros e souvenirs inspirados em suas obras.


Reserve um tempo para visitar Josefov, o bairro judeu de Praga (Bairro judaico), que é uma das grandes atrações do centro histórico, com belíssimas e históricas sinagogas, além do  Cemitério Velho Judaico (Starý židovský hřbitov), fundado na primeira metade do século XV.

A estátua de Franz Kafka é uma escultura do artista Jaroslav Róna que foi instalada na rua Vězeňská, no bairro judeu, em dezembro de 2003. Situa-se perto da sinagoga espanhola.

A Casa Dançante - é um prédio de escritórios no centro de Praga, na República Checa. Ela foi desenhada pelo arquiteto Vlado Milunić, em cooperação com o arquiteto canadense Frank Gehry em uma área onde havia um prédio que foi destruído durante o Bombardeio de Praga, em 1945. A construção iniciou em 1994 e terminou em 1996. A casa lembra vagamente um par de dançarinos e se situa entre os prédios neobarroco, neogótico e art nouveau pelos quais Praga é famosa.


A música cidade tem um passado musical glorioso a ser vivido intensamente, especialmente durante o Festival “Primavera de Praga”, que acontece entre maio e junho. Praga é cenário de óperas importantes, entre as quais "Don Giovanni di Mozart”,  "Fausto di Goethe" e músicas do grande escritor, Franz Kafka.

Mas passar uma noite em um bar, ao som de um ótimo jazz também é uma experiência inesquecível.

A culinária da República Tcheca é semelhante à gastronomia alemã, tem como base principalmente a carne de porco, a carne bovina e as batatas. Os preços são bons e os pratos deliciosos.

Sugerimos o restaurante Matylda, que é famoso pelo excelente menu e também por sua principal característica: ele é um barco. Outro restaurante sensacional para viver uma atmosfera medieval, com pratos típicos e apreciar a música tradicional é o U Zlaté Konvice, na frente do famoso relógio astronômico.




Guia turístico: optamos pela proposta do grupo White Umbrella Tours, que oferece um tour grátis e se você gostar contribui com o valor que quiser. Nós adoramos, contribuímos e participamos de um tour pago no dia seguinte. Tivemos a sorte em sermos acompanhados por um jovem italiano, formado em arquitetura, que decidiu morar em Praga por ter se apaixonado por uma moça tcheca, pela música da cidade e pela cerveja. Sua formação, aliada ao conhecimento da história da cidade, tornou realmente interessante nossa visita. 


A moeda
O país faz parte da União Europeia (UE), mas ainda não adotou o Euro. Portanto, a moeda local é a Coroa tcheca (CZK) ou Koruna, em tcheco. A cotação do Real frente a Coroa Tcheca é de R$ 1,00 = 5,50 CZK.
Mas aconselhamos ter Dólares ou Euros para trocar quando chegar em Praga.

Janeiro de 2015 - 10º aniversário

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Quem foi Pellizza di Volpedo?


Volpedo, a cidade de Pellizza, é  uma pequena cidade agrícola, com 1215 habitantes, famosa pela produção de morangos e pêssegos. Mas a principal referência para os apaixonados por arte é o fato de ser a cidade natal do grande pintor, autor do “Quarto Estado”, pintura universalmente conhecida, que representa a luta dos trabalhadores e que está exposta no ingresso do "Museo del Novecento", em Milão, para ser apreciada gratuitamente, como ele desejou.
Quarto Stato - atualmente exposta no "Museo del Novecento", em Milão


Praça da cidade de Volpedo
A cidade reconhece seu valor. No decorrer de 2019, com a X edição da bienal pellizziana se realizam diversas manifestações, como a apresentação de suas obras nos museus de Volpedo e Tortona, além de diversas apresentações artísticas, teatro, música e fotografia.

X edição da bienal pellizziana-  2019





Autorretratos

 Quem foi Giuseppe Pellizza?

Pellizza (Volpedo, 28 de julho de 1868 - Volpedo, 14 de junho de 1907) foi um pintor italiano, primeiro divisionista, depois expoente da corrente social, autor do famoso “O quarto estado”, que se tornou um símbolo da luta dos trabalhadores, das batalhas políticas e dos sindicatos, a partir do século XIX com a segunda revolução industrial.

Era filho de Pietro Pellizza e Maddalena Cantù, uma rica família camponesa. Ele frequentou a escola técnica de Castelnuovo Scrivia, onde aprendeu os primeiros passos do desenho. Graças ao reconhecimento obtido com a comercialização de suas obras, o Pellizza entrou em contato com os irmãos Grubicy, que promoveram a inscrição de Giuseppe na Academia de Belas Artes de Brera, em Milão, onde ele foi aluno de Giuseppe Bertini. Ao mesmo tempo, ele recebeu aulas particulares do pintor Giuseppe Puricelli; depois tornou-se aluno de Pio Sanquirico. Ele expôs pela primeira vez em Brera em 1885. 

Após concluir seus estudos em Milão, Pellizza decidiu continuar seu treinamento, indo para Roma, primeiro para a Academia de San Luca, depois para a escola de nudez gratuita na Academia Francesa de Villa Medici.

Desapontado com Roma, ele deixou a cidade mais cedo do que o esperado para ir a Florença, onde frequentou a Academia de Belas Artes, como aluno de Giovanni Fattori. No final do ano acadêmico, ele voltou para Volpedo, a fim de dedicar-se à pintura “verista” através do estudo da natureza. Não se considerando satisfeito com a preparação que alcançou, foi para Bérgamo, onde frequentou os cursos particulares de Cesare Tallone na Academia Carrara. Ele então frequentou a Academia Ligustica em Gênova. No final deste estágio, ele retornou ao seu país natal, onde se casou com uma camponesa local, Teresa Bidone, em 1892. No mesmo ano, começou a adicionar "de Volpedo" à sua assinatura.

Em 1898, ele participou da Exposição Geral Italiana em Turim, capital do Piemonte. Nestes anos, o pintor abandonou progressivamente a pintura impasto para adotar o divisionismo, uma técnica específica baseada na divisão de cores através do uso de pequenos pontos ou quando desenhados. Assim, ele se confrontou com outros pintores que usavam essa técnica, especialmente com Giovanni Segantini, Angelo Morbelli, Vittore Grubicy de Dragon, Plinio Nomellini, Emilio Longoni e, em parte, também com Gaetano Previati. Em 1891, ele expôs na Trienal de Milão, tornando-se conhecido pelo público em geral. Ele continuou a expor pela Itália (a exposição ítalo-colombiana de Gênova em 1892, e novamente em Milão em 1894).


Ele retornou a Florença em 1893, onde frequentou o Instituto de Estudos Superiores; depois ele visitou Roma e Nápoles. Em 1900, ele expôs em Paris “O espelho da vida”. Em 1901, ele completou O Quarto Estado, ao qual dedicou dez anos de estudos e esforços. A obra, exibida no ano seguinte na Quadrienal de Turim, não recebeu o esperado reconhecimento, de fato provocou controvérsia e perplexidade entre muitos de seus amigos. Porém, esta é sua obra conhecida e apreciada universalmente, que se tornou símbolo da luta dos trabalhadores.

Desapontado, ele acabou abandonando as relações com muitos escritores e artistas da época, com quem mantinha uma correspondência íntima há muito tempo. Enquanto isso, Segantini morreu, em 1904, Pellizza embarcou em uma viagem ao Engadine, um local segantiniano, a fim de refletir mais sobre as motivações e a inspiração do pintor que considerava seu mestre. Em 1906, graças à crescente circulação de suas obras em exposições nacionais e internacionais, ele foi chamado a Roma, onde conseguiu vender uma obra (Il sole) ao Estado, destinada à Galeria de Arte Moderna. 
'Sul fienile" cópia de uma coleção privada
Cenário que o inspirou para a obra "Sul fienile" ainda existe
 Parecia o início de um novo período favorável, no qual o ambiente artístico e literário finalmente reconheceu os temas de suas obras. Mas a morte repentina de sua esposa, em 1907, levou o artista a uma profunda crise depressiva. Em 14 de junho do mesmo ano, ainda não com quarenta anos, ele se suicidou enforcando-se em seu estúdio em Volpedo.

Atelier de Pellizza di Volpedo - Ele fez questão de representar o seu  pai com o jornal na mão, para enfatizar o orgulho de saber ler, fato raro na vida campesina dessa época.

Atelier de Pellizza di Volpedo ainda tem intacta  a sua biblioteca. Nos quadros à esquerda ele pintou sua mulher, grande amor de sua vida. À direita seus pais.

Atelier de Pellizza di Volpedo

Pellizza di Volpedo

Em 2003, o curta Il Quarto Stato, de Emilio Mandarino, foi filmado.

Visita em outubro de 2019, com a UNITRE, de Lodi

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Vivendo na Toscana, uma experiência que aconselhamos a todos



 Convidamos um casal de amigos queridos e alugamos uma casa na Toscana, foi uma deliciosa experiência, que iniciou quando escolhemos a pequena cidade, “Vagliagli”, como nossa casa temporária na região.  Partimos para a Toscana, assim que nossos amigos chegaram do Brasil, realizando um sonho acalentado por todos nós.


A Toscana é mar, montanha, campanha, termas arte e plena de história. A região da Toscana apresenta uma forma triangular que cobre uma extensão de 22 997 km², com 3,7 milhões de habitantes. Situa-se na Itália central e é banhada pelo Mar da Ligúria e o Mar Tirreno.  No relevo da região, predominam os morros e colinas, famosa no mundo por suas belezas naturais, história, arquitetura e por ter como capital o berço do Renascimento, Florença.
O principal rio é o Arno, que atravessa as cidades de Florença e Pisa.

A primeira parada foi na belíssima cidade de Pisa. Havíamos preparado uma bela cesta com deliciosos produtos toscanos e ao chegarmos a Pisa abrimos uma toalha xadrez no tapete verde natural, diante de um dos cenários mais belos da Itália, a “Torre de Pisa”,“il Duomo”, a catedral e il “Battistero”.
Depois fomos visitar a Catedral, onde a obra principal é o púlpito criado pelo grande escultor Giovanni Pisano. Mas foi no Batistério que vivemos uma grande emoção, pois uma belíssima voz masculina ecoou no ambiente, respondida por outras vozes, de um coral. Depois ficamos sabendo que os cantores eram os funcionários da igreja, que com suas belas vozes, tornam essa experiência ainda mais encantadora.




Os 296 degraus da torre ficaram para outra ocasião, decidimos caminhar pelos 4km da muralha dos milagres, “le mura della Piazza dei Miracoli”, antes de percorrer a belíssima orla do rio, o “Fiume Arno” .

Para encerrar o dia fomos para a pousada, “La casa di Berto”, onde fizemos uma completa degustação da gastronomia Toscana.

Da “casa di Berto” partimos para San Gimignano e Colle Val D’Elsa
Um dia pleno de maravilhas medievais, primeiro  em San Miniato (PI) – pequena joia medieval, cidade do “tartufo”, onde tem um monumento do caçador de trufas com seu cão, uma cidade tranquila e com poucos turistas. Nela visitamos a Igreja da Assunta e a Torre de Federico II.


San Gimignano (SI) – outra pérola da Idade Media na Toscana, que se não fosse a grande quantidade de turistas se poderia pensar numa viagem de volta no tempo. Mais um patrimônio da Unesco cercado por muralhas e com muitas torres.

Mais tarde fomos a Colle di Val d'Elsa, uma pequena cidade, da Província de Siena, com 19.473 habitantes, localizada entre Florença e Siena. É mais um exemplo da arquitetura medieval, conhecida pela fabricação de cristais e também por oportunizar uma das mais belas vistas da paisagem toscana.

Encerramos o dia chegando “nella nostra casa in Toscana – la casa di Babbo Rino” a Vagliagli, onde fomos recebidos por ele e pela “Mamma Laura” com muito carinho, na sua casa, encantadora, bem decorada e organizada. “Mamma Laura” deixou sobre a mesa uma torta feita por ela, dando um toque especial de boas-vindas. Sentimo-nos em casa, numa posição estratégica para visitar a região do vinho, Chiante.



 Depois de organizarmos nossas bagagens fizemos um passeio pela pequena cidade, praticamente deserta. Naquela hora se ouvia pessoas conversando, rumores de pratos e talheres, perfumes convidativos do horário de jantar. Inspirados, estávamos voltando para casa para tomar um vinho, com pães, salames e queijos.

No caminho fomos surpreendidos pela belíssima música brasileira, de Vinícius de Moraes, curiosas e encantadas, eu e nossa amiga não resistimos e demos uma espiadinha na porta. Era um cantor italiano, Stefano, apaixonado por MPB, que nos convidou a entrar no seu estúdio (pecado que não pedimos sua autorização para publicar os vídeos que fizemos). Foram momentos mágicos, quem iria imaginar um encontro como esse?
Os dias que se seguiram foram uma sucessão de momentos inesquecíveis, que deixaram marcas indeléveis na memória. Acordar, preparar o café com pão ainda quentinho, que comprávamos na padaria da esquina, para partir de carro pelos vinhedos ou visitar algumas das cidades mais belas da Toscana, nos parecia realmente um sonho.

Visitar Siena é um programa imperdível, cercada por vinhedos dos quais se extraem estupendas garrafas do autêntico Chianti, faz jus à sua fama, com um belo centro histórico onde se encontra a “Piazza del Campo”, lar do “Palazzo Pubblico”, com seu imponente campanário, “Torre del Mangia”, do século XIV, onde se realiza o Palio de Siena . O emaranhado de ruazinhas – delicioso de se percorrer – encanta por suas construções e por sua agitação até chegar na “Piazza del Duomo” com sua fabulosa catedral, do século XII. Passamos também na frente da sede histórica do “Monte dei Paschi”, primeiro banco do mundo, fundado em 1472.

Voltando para nossa casa na Toscana, paramos estrategicamente na minúscula cidade de “Radda in Chianti”, para visitar um castelo e as belezas medievais da cidade. Lá encontramos informações turísticas detalhadas sobre o “Valle del Chianti” através da gentileza de uma guia turística da cidade e voltamos para casa cheios de mapas e planos para o dia seguinte. À noite um jantar delicioso no restaurante “La Taverna” ao lado de casa, a Vagliagli.

Numa dessas ensolaradas manhãs, fizemos um passeio pelas colinas do Chianti e visitamos o “Castello de Brolio del Barone Ricasoli”, ainda ocupado pela família, que produz “il vino del chianti clássico”. Aliás, foi o próprio Barão Ricasoli que teve a ideia de criar uma identidade do vinho para a região com essa denominação e características. Atualmente se pode visitar os jardins estupendos, uma pequena parte das dependências do Castelo e apreciar uma vista de tirar o fôlego, degustando um vinho da família Ricasoli.

Na região plena de vinhedos e castelos não foi fácil definir qual visitaríamos, optamos por uma degustação no “Castello D’Albola”, onde fizemos uma visita guiada pela vinícola Zonin e  conhecemos um pouco mais da história dos vinhos “chianti”, orientados por uma guia belga, apaixonada pela Itália, como nós, que lá decidiu morar.



Não poderíamos deixar de voltar em Florença (Firenze), que é o berço do Renascimento e do nascimento da Língua Italiana por Dante Alighieri, é realmente uma das mais lindas cidades no mundo. A família Medici deixou um rico patrimônio cultural e artístico, castelos, museus e as obras de arte maravilhosas. A capital da Toscana abrigou mentes brilhantes como a de Leonardo da Vinci, Sandro Boticelli, Michelangelo, Dante Alighieri, Brunelleschi, Vasari, Galileu Galilei, entre outros.

Passear pelo Centro Histórico,  visitar a Catedral da cidade de Florença , “Santa Maria del Fiore” e o “Battistero” com a  famosa “Porta del Paradiso” toda feita em bronze deixa qualquer apaixonado por arte deslumbrado.

Percorremos a área externa da “Galleria degli Uffizi para chegarmos à famosa Ponte “il Ponte Vecchio”. Terminamos o passeio no “Pìazzale di Michelangelo” , definitivamente o melhor lugar para  ter a melhor e mais bela vista de Florença, onde encontramos um italiano que veio sentar-se conosco, chama-se Roberto, mas parecia a cópia de Pablo Neruda.

Para completar nosso roteiro toscano fomos mergulhar nas deliciosas piscinas de águas termais,  em Montecatini Terme,  um pequeno paraíso, característico de cidades balneárias.

Montecatini Terme – uma surpresa deliciosa que nos fez deixar a visita para Lucca e Parma para uma próxima viagem; a pequena cidade conhecida em toda a Europa pelas suas águas com propriedades terapêuticas, seus edifícios Art Nouveau e o grande património arquitetônico e verde construído em torno deles nos reservava momentos muito gostosos, entre eles um grande charuto toscano.  No dia seguinte fomos visitar Montecatini alta com “la Funicolare”e apreciamos as construções medievais e a vista da cidade. Depois, finalmente, foi possível curtir momentos deliciosos de relax antes do retorno a Lodi nas águas termais da “Grotta dei Giusti”




A Toscana é uma grande região,  composta das seguintes províncias: Arezzo (39 cidades), Florença (44 cidades), Grosseto (28 cidades), Livorno (20 cidades), Luca (35 cidades), Massa-Carrara (17 cidades), Pisa (39 cidades), Pistoia (22 cidades), Prato (7 cidades), Siena (36 cidades). Então, vários roteiros ainda serão necessários para conhecê-la melhor.


Junho de 2018