segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Bar Harbor e o Parque Nacional Acadia


Partimos de Boston, estávamos um pouco atrasados no nosso roteiro, pois apesar do jeito “Slow Tourism ” deveríamos cumprir nossas metas e retornar para casa. Nesse dia passamos horas viajando, pois queríamos chegar a “Bar Harbor, Acadia National Park”, parando em Sabbaday Falls, se possível visitar a Ponte coberta e quem sabe, fazer mais algumas pausas para o café ou para esticar as pernas.

Nossa meta principal era "Acadia National Park", um parque localizado no estado de Maine, sudoeste de Bar Harbor, visitado por mais de 3,5 milhões de pessoas  2018. Bar Harbor, um pequeno resort à beira-mar no lado nordeste de Mount Desert Island, tem uma relação simbiótica única com o Parque Nacional Acadia. Juntos, eles são como gêmeos siameses, ambos nascidos da mesma mãe - e ela é a terra e o oceano combinados.

Chegamos em Sabbaday Falls, que fica uma breve caminhada da Rodovia Kancamagus (Rota 112), é um pit stop favorito para turistas e caminhantes de Tripyramid. Logo ao chegarmos percebemos que era necessário pagar o estacionamento, mas não encontrávamos nenhuma máquina ou algo parecido. Nos surpreendemos muito ao encontrar uma caixa com envelopes e indicações para colocar o dinheiro, informando os dados do carro. Outros envelopes estavam depositados e, em seguida, outros carros estacionaram e efetuaram o pagamento. Muita confiança envolvida, algo raro de se encontrar pelas estradas da vida.


Após efetuarmos o pagamento nos adentramos na pequena estrada,  no caminho encontramos uma pintora desenhando o ambiente da mata, uma cena inspiradora. Em seguida, vimos diante de nós uma pequena cachoeira de três andares, que aparece despretensiosa enquanto desliza por um buraco de fechadura até formar uma pequena piscina de cor esmeralda. Realmente os americanos sabem valorizar seu patrimônio, pois a publicidade do lugar é infinitamente maior ao que se encontra na realidade. Como brasileiros e italianos concluímos precisamos valorizar e divulgar muito mais as belezas de nossos países.






Voltando para a estrada, percorremos alguns quilometros ate chegarmos na ponte coberta, toda feita em madeira, um belo cenário que nos lembrou do filme “The Bridges of Madison County”.



Depois de caminharmos e imaginarmos quantas histórias teria visto aquela velha ponte, seguimos nosso caminho. Mais algumas horas de viagem até escolhermos uma pequena cidade para esticarmos as pernas e fazermos um lanche, se chamava Candem, muito encantadora.

No caminho, eu e a Patrizia pesquisamos prováveis hotéis, motéis ou B&B, que contemplasse nossos critérios: limpos, organizados, com um apartamento por casal e que fossem econômicos. Nessa parada decidimos por um motel, que ficava muito próximo ao Parque Acadia. 

Seguimos nosso caminho e começava anoitecer quando chegamos a Bar Harbor, quase na entrada do “Acadia Park”, onde satisfeitos com acolhimento do proprietário do motel, que também nos informou que os dois restaurantes da região fechavam cedo.

Deixamos nossas malas e tomamos um banho rápido, vestimos nossas camisetas, aquelas que falamos para vocês, feitas por nossos amigos com identificação do roteiro para fotografarmos cada ponto de chegada. Apressados e famintos fomos ao primeiro restaurante indicado, muito legal, mas já estava fechando, fomos ao segundo, bem rústico, mas foi uma bela surpresa. Ainda tinha muita gente e nos acolheram calorosamente. No cardápio lagostas, com preços muito bons. Esse restaurante se chama “Smokey’s BBQ & Lobster Pound”, se vocês forem a Bar Harbor não deixem de visitá-lo. 



Mas outra surpresa nos aguardava nesse restaurante, nossos amigos italianos encontraram seus conterrâneos, que os identificaram pelas camisetas, onde estava desenhado nosso roteiro. O mundo é muito pequeno mesmo!

O dia seguinte nos acolheu com uma brisa fresca, quase fria, ideal para uma caminhada no famoso Parque Nacional Acadia. Onde constatamos que as vistas são espetaculares e a natureza é abundante. Não é de admirar que este seja um dos parques mais visitados nos Estados Unidos e em toda a América do Norte.




sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Boston, a bela e histórica cidade da Revolução Americana



Chegamos em Boston,  a capital e cidade mais populosa do estado norte-americano de MassachusettsTem  cerca de 5,8 milhões de habitantes na sua área metropolitana. Fomos diretamente ao setor de informações, onde nos foi sugerido seguir  “Il Fredom Trail da Common”  - que significa Caminho da Liberdade. Trata=se de um percurso de 4 Km, que se estende pelo centro da cidade, sinalizando os pontos mais significativos da História dos Estados Unidos, especialmente da guerra da independência.  

Às vezes a trilha é realmente de tijolos, em outros momentos a cor é representada apenas por uma faixa de tinta sobre o asfalto. A cada parada, um bloco de metal incrustado no chão, identificado com a marca da trilha, alerta o visitante. O importante é manter o rumo e, sem precisar de ajuda ou mapa, conhecer os principais pontos turísticos referentes à história de Boston.




 O ponto de partida é o “Boston Common”, um parque público central, onde guias vestidos como os personagens da época estão à disposição dos turistas que preferem seguir o percurso munidos de mais informação, especialmente os dados históricos.



A seguir a linha vermelha nos leva até a “Massachusetts State House”, sede da assembleia legislativa do Estado de Massachusetts e do Governo do Estado.  O grande domo dourado chama atenção em meio ao verde do Boston Common e é a construção mais antiga no charmoso bairro de “Beacon Hill”, palco de importantes negociações para o estado. Antigamente, devido à grande importância para os Estados Unidos, a State House chegou a ser conhecida como “centro do sistema solar”. Quem estiver com um tempinho sobrando poderá aproveitar o tour que leva ao interior do prédio, nós chegamos no domingo e estava fechado.

Depois seguimos  para a Park Street Church, igreja fundada em 1809. A linda torre branca, com 66 metros de altura é o local onde funcionou a primeira escola dominical de Boston, é conhecido por ter sido sede de protestos a favor dos direitos humanos. O mais famoso deles foi o primeiro discurso público proferido pelo jornalista e abolicionista William Lloyd Garrison, em 1829, no qual ele pedia o fim da escravidão nos Estados Unidos.  

 Ficamos encantados com a “King’s Chapel”, sede de uma congregação cristã independente e unitária, afiliada à Unitarian Universalist Association (Associação Unitária Universalista), uma igreja simples e muito bonita. No seu interior os bancos são distribuídos dentro de camarotes.


Seguindo as indicações encontramos o mosaico que indica a criação da mais antiga escola pública dos Estados Unidos, fundada em 1635, a “Boston Latin School”. Nela estudaram pessoas ilustres, como Benjamin Franklin, Samuel Adams e John Hancock. Os três futuramente viriam a assinar a Declaração de Independência dos Estados Unidos.
O prédio não existe mais e o local onde funcionava a escola está marcado com um mosaico no chão e uma estátua de Benjamin Franklin.

Mais adiante se encontra o prédio “Old South Meeting House”, tem um pequeno museu que conta a história da independência dos EUA, pois foi sede de importantes acontecimentos históricos.
A “Old State House” ganhou importância ao ser palco de decisões políticas e sociais históricas que culminaram na Revolução Americana. Na frente encontramos um grupo de atores, que representavam personagens comuns da época da independência.





Construído em 1742 por Peter Faneuil, rico comerciante da cidade de Boston, com o único intuito de ser um grande mercado, o Faneuil Hall se tornou importante ferramenta na luta pela independência dos Estados Unidos. Ainda hoje o mercado, todo em tijolos vermelhos e detalhes de fachada em branco, é palco de manifestações e ponto de reivindicações.



Quincy Market é um mercado muito movimentado, com um longo corredor, onde há uma diversidade imensa de pratos, que podem ser saboreados numa área comum. Optamos por almoçar nesse local e como era final de semana foi bem difícil conseguir um lugar., mas tem todos os tipos de comida que se imaginar, de um hot dog a uma lagosta.


Um pouco cansados do tour matutino, nós decidimos redefinir o roteiro, deixando os outros pontos do ”Fredom Trail da Common” para outra ocasião. Escolhemos dedicar boa parte da tarde visitando a famosa Harvard, em Cambridge, que fica a 12 minutos de Boston,  e não nos arrependemos. Depois de assistir tantos filmes e ouvir falar na famosa universidade é fundamental passear pelo campus, ver os estudantes deitados na grama, lendo ou escrevendo nos seus computadores. Ficamos imaginando quantas pessoas ilustres, prêmios Nobel, desfilaram entre esses prédios de tijolos vermelhos. Vendo os estudantes que chegavam, arrastando suas grande malas, nos sentimos realmente diante de personagens de um daqueles filmes.




O tour começa no centro do belíssimo “Harvard Yard”, são várias as paradas ao longo do tour que tem duração de 1h30, mas não se tem acesso a muitos ambientes, quase todos com senhas e somente para os estudantes. Os guias são estudantes da universidade e o tour guiado custa US$ 10 e pode ser agendado na hora.

Nós optamos por curtir o clima da universidade, passeando tranquilamente pelas áreas comuns, acompanhando a app Harvard Tour, que dá todas as informações sobre cada prédio.
Gostamos e recomendamos o Tour turístico e histórico em ônibus  anfibio –“Boston Duck Tours” que são réplicas de veículos DUKW anfíbios da Segunda Guerra Mundial. Uma maneira original para conhecer a cidade, por água e por terra, imperdível.




Agosto de 2017


quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Newport, uma parada estratégica na aventura EUA e Canadá on the road

Newport é uma cidade localizada no estado norte-americano de Rhode Island, situada na ilha Aquidneck, no condado de Newport, a cerca de 48 km a sul de Providence, capital do estado.




Depois da visita a Washington, escolhemos um Motel em Mildford para passarmos a noite e partir cedo para Boston, mas no caminho paramos Newport,  pequena cidade portuária, muito charmosa, com paisagens espetaculares, arquitetura inspiradora, com mansões da Era Dourada, frquentadas por ricas famílias, como Rockefellers, Astors e Vanderbilts.




Lar da prestigiada Copa América de iatismo e da U.S. Naval Station Newport, a cidade é conhecida como a Capital da vela do mundo. Newport é um ponto de referência para explorar os 644 quilômetros de litoral de Rhode Island, visitar suas belas áreas rurais, passear por fazendas e vinhedos ou fazer passeios a cavalo e trilhas.


Nós desejávamos chegar a Boston ao anoitecer e nos contentamos em passar o dia, caminhando sem pressa por suas belas ruas, encantados com as grandes casas feitas em madeira, destilando patriotismo em suas bandeiras e adornos feitos com as cores dos Estados Unidos. 

Fomos até o porto ver as embarcações e os inúmeros barcos a vela, tiramos fotos e visitamos o centro turístico para comprar uma pequena lembrança. Passamos pelas lojas e começamos a sentir o delicioso perfume que vinha dos restaurantes, quase todos plenos de turistas e veranistas da região. Newport é conhecida por seus frutos do mar frescos, pousadas e resorts convidativos, suas praias e suas diversas maneiras de aproveitar a água.




Um contratempo:

O dia quente convidava a tomarmos uma cerveja gelada e os pratos de peixe que que pedimos eram deliciosos. Estranhamos que nesse restaurante, como já tínhamos visto em outros lugares, não oferecia grandes copos de água com gelo e resolvemos solicitar, sem olhar mais uma vez o cardápio. Quando olhamos a conta, que foi bem salgada, percebemos que o preço da água era um dos valores mais altos, 10 dólares cada garrafa, custavam mais do que a cerveja. Lição número 1: olhar o cardápio mais de uma vez não custa nada.


Continuamos nossa estrada, pensando que teria sido melhor se tivéssemos tomado mais algumas cervejas, com a exceção do motorista da vez, claro!


Agosto de 2017


terça-feira, 24 de setembro de 2019

Nossa viagem "on the road" a Washington

Como prometemos, vamos contar a vocês a primeira etapa da nossa viagem para os "EUA e Canadá on the road",  em Washington, capital dos Estados Unidos da América.


Estávamos hospedados em um motel fora da cidade, acordamos energizados para o nosso primeiro dia em Washington e depois de um café à americana, partimos para a estação mais próxima do metrô, também chamado de “metrorail”. São seis linhas, divididas por cores, que percorrem as áreas mais importantes de Washington, são limpas, bem organizadas, seguras e contam com escadas rolantes e elevadores. Importante lembrar de manter a direita nas escadas rolantes para não levar bronca de quem está com pressa. As máquinas para adquirir o bilhete são muito práticas e o pessoal que trabalha nas estações foi muito disponível, nos indicando o melhor bilhete, o smartrip, um cartão recarregável muito econômico.

Depois de uma viagem confortável chegamos ao centro, onde ficamos emocionados ao sair da estação do metrô e encontrar a imponente arquitetura, apreciada em livros de inglês na escola, filmes ou guias, dando realmente a sensação de termos chegado aos Estados Unidos da América, sentindo o pulsar da “alma americana” diante do “National Archives”.

National Archives
Partimos para a conquista da cidade que não é muito grande, é segura, planejada, plana, verde, arborizada, e concentra grande parte das atrações em um espaço que pode ser tranquilamente percorrido a pé. A partir do “National Mall” se pode chegar à maioria dos pontos turísticos, museus, memoriais e parques.

Capitólio


Nossa primeira meta foi o Capitólio, inconfundível a sua cúpula branca em estilo neoclássico. Na frente tem um grande espaço verde, onde descansamos um pouco da primeira caminhada, um lugar muito belo para visitar. O tour guiado é incrível e o prédio ainda oferece uma ligação subterrânea com a “National Library”. A biblioteca tem o maior acervo do mundo e a arquitetura do interior é de emocionar.

White House
A Casa Branca, também passeio obrigatório na cidade, foi a próxima meta, mas estava fechada para visitas e fortemente protegida por militares. Não conseguimos acessar o centro de visitantes, que oferece uma exposição onde se pode conhecer um pouquinho mais sobre a história da “White House”. Se vocês conseguiram compartilhem conosco nos comentários essa experiência. Outra residência presidencial também pode ser visitada, na cidade de “Mount Vernon”, é casa onde morou George Washington.

Diante do Capitólio, caminhando no parque, encontra-se o “Washington Monument”, que  ostenta o maior obelisco do mundo, com 169 metros de altura. Foi construído em homenagem à George Washington, o primeiro presidente dos Estados Unidos.

Washington Monument


Memorial dedicado a Abraham Lincoln



Continuando a caminhada no parque chegamos ao Memorial dedicado a Abraham Lincoln, prédio imponente, com uma estátua gigante do presidente que aboliu a escravidão nos Estados Unidos. O edifício foi construído no formato de um templo grego dórico e nas paredes tem inscrições de dois discursos conhecidos de Lincoln. Esse local tem sido palco de muitos discursos famosos, incluindo “I Have a Dream” (Eu tenho um sonho) de Martin Luther King, em 28 de agosto de 1963, durante o final da Marcha sobre Washington.

Reflecting Pool
O “Reflecting Pool” está localizado exatamente em frente ao Lincoln, o maior dos muitos espelhos d’água em Washington DC. Uma grande piscina retangular, com 618 metros de comprimento e com um volume  de 25,5 milhões de litros de água. Um lugar lindo para curtir o pôr do sol e apreciar o “Washington Monument” refletido na água.

National Museum of the American Indian
No dia seguinte fomos visitar o “National Museum of the American Indian”, espaço empenhado em promover o conhecimento e a compreensão das culturas nativas do Hemisfério Ocidental - passado, presente e futuro - através da parceria com os povos nativos.

Espaço do Instituto Smithsoniano
Em seguida conhecemos o “National Air & Space Museu”, o Museu Nacional do Ar e do Espaço do Instituto Smithsoniano, importante obra de arquitetura moderna da cidade, que mantém a maior coleção de aeronaves de todo o mundo e naves espaciais. É um centro vital de pesquisa sobre a história, ciência, tecnologia da aviação e da Terra, assim como ciência terrestre e planetária, geologia e geofísica. Quase todas as espaçonaves e aeronaves em exposição são originais, imperdível!

National Air & Space Museu


Não poderíamos deixar de visitar o “Arlington National  Cemetery”, o Cemitério Nacional de Arlington, um lugar que vale a pena incluir no roteiro de viagem para Washington DC. Os túmulos brancos espalhados no verde, onde estão sepultados os soldados que morreram nas guerras, deixam o coração apertado e nos recordam muitos filmes. Nesse cemitério está o túmulo do ex-presidente Kennedy, assassinado nas ruas de Dallas em 1963 e da a ex-primeira dama Jacqueline Kennedy Onassis, sempre com uma chama acesa.

Túmulo do ex-presidente Kennedy e da a ex-primeira dama Jacqueline Kennedy Onassis

Arlington National  Cemetery

Com a temática da guerra também é importante conhecer o “World War II Memorial”, um memorial majestoso para as 16 milhões de pessoas que serviram às forças armadas durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo as mais de 400 mil pessoas que deram seu último sacrifício ao país.
O “Vietnam Veterans Memorial” é um tributo aos cidadãos das forças armadas que lutaram na Guerra do Vietnã e foram mortos em ação. Ele é dividido em três partes: The Three Soldiers statue, Vietnam Women’s Memorial e Vietnam Veterans Memorial Wall – que exibe mais de 58 mil nomes. As estátuas dos combatentes em posição de guerra lembram esses jovens mortos e nos alertam sobre a importância da Paz.  

Para relaxar um pouco decidimos conhecer “Georgetown”, coração antigo de Washington, um lindo bairro fundado no século XVIII, arborizado, com casas coloridas e elegantes. Se existe uma palavra para definir Georgetown ela é: charme. Restaurantes, casas de chá e lojas e muita arte nesse bairro que é a sede da vida noturna. Infelizmente não temos muitas fotos desse charmoso bairro, pois nos perdemos apreciando as casas e ruas encantadoras, esquecendo de fotografar. Se vocês forem a Washington nos mandem fotos para enriquecermos a postagem.

Certamente não foi possível visitarmos todos os museus, parques e universidades, voltaremos um dia para completar essa visita à bela capital dos EUA. 

Agosto de 2017