sábado, 20 de junho de 2020

Marajó, a ilha onde o mar é doce

Poucos brasileiros conhecem este santuário ecológico por excelência, uma área de Proteção Ambiental do Pará. È a Ilha de Marajó, onde a natureza é abundante, o artesanato "Marajoara"é refinado, a boa gastronomia varia entre sabores de carne de  peixe e búfalo, pois é onde tem maior manada de búfalos do território brasileiro. 

 Marajó é a maior ilha fluviomarinha do mundo (ou seja, ela é cercada por rios de um lado, e por mar do outro). Um lugar onde a vida se organiza a partir das altas e baixas marés, separada do continente pelo delta do Amazonas, pelo complexo estuário do rio Pará e pela baía do Marajó. Com seus 50 mil km, savanas, praias e um rico ecossistema praticamente intacto,  é maior do que a Holanda, Bélgica e Dinamarca, para uma população de 140 mil habitantes.


Ancestralmente, a ilha era chamada de Marinatambal pelos indígenas. A origem dos antigos habitantes da Ilha do Marajó ainda é um mistério. Estudiosos dizem que a Ilha já era habitada há 5.000 anos, mas restaram poucas pistas dessas populações. O pouco que se sabe sobre eles, vem dos achados de sítios arqueológicos, na coleção indígena do  Musée de l'Homme a Parigi e também na 'University Museum di Philadelphia.

Meta ideal para os amantes do ecoturismo, no arquipélago de Marajó, o contato com a natureza intensa da vegetação amazônica inicia com uma viagem de três horas, do Porto de Belém até o município de Salvaterra.


Visitamos Marajó no final de dezembro de 2017, começo do inverno na região, quando é período de chuvas e a temperatura não é exageradamente tórrida, percorremos com prazer suas ruas e apreciamos a hospitalidade e a simplicidade de seus habitantes. Escolhemos o Hotel Ilha de Marajó, em Soure, no meio da natureza.. Aliás, não espere encontrar estruturas exuberantes para turistas como em outros balneários. Basta levar roupas leves e simples, protetor solar e repelente de insetos.




Inicialmente passeamos livremente em suas ruas, parando para conversar, comprar frutas, observar o trabalho dos pescadores e nos informar sobre os roteiros interessantes que a ilha oferece. Nosso primeiro destino foi uma casa de artesanato, de uma família indígena, que procura manter intacta sua história e tem muito orgulho em contá-la aos visitantes. 





Fomos conhecer a Arte Marajoara, apresentada pelo artista plástico e artesão sourense, Ronaldo Guedes. Ficamos encantados com seu trabalho e com seu amor pela comunidade, sentimento refletido na criação do coletivo de artistas, chamado “Arte Mangue Marajó”, que contribui com o resgate da memória e da cultura marajoara. Ronaldo Guedes fundou esse espaço em 2005 como uma forma de preservar a tradição de produção da cerâmica da região e gerar renda para a comunidade, com uma grande participação feminina.



O espaço fica aberto durante a semana, acolhendo quem quiser aprender, produzir e se profissionalizar como artesão. A coleta da argila é feita de forma sustentável e toda pigmentação é natural e mineral. Cada peça é assinada pela artesã responsável, que é remunerada de acordo com o número de cerâmicas vendidas. 

Foi Ronaldo Guedes quem nos convidou para assistir e participar de uma dança típica da região, o carimbó. Foi uma noite inesquecível, envolvidos pela harmonia da dança e pela  amorosidade dos integrantes do coletivo.   Nesse espaço a comunidade é convidada a dançar e a tomar contato com as expressões corporais, a música e a poesia marajoara.

Aproveitamos para conhecer a produção de materiais em couro de búfalo. O curtume também é uma das atividades da comunidade da Ilha de Marajó


Entre as diversas praias escolhemos Pesqueiro e a Praia Grande, onde durante a manhã tem a calmaria das águas límpidas do rio e à tarde o mar começa a tomar conta da praia, agitando as águas e transformando a paisagem, emoldurada pelo manguezal. Na Praia Grande recomendamos um lugar simples, sossegado, com comida maravilhosa, o Restaurante Pai d'égua, do Seu Manuel, que atende com muita gentileza e profissionalidade. 


Manguezal ou mangue é um ecossistema costeiro de transição entre os biomas terrestre e marinho. O termo aplica-se a zonas úmidas características de regiões tropicais e subtropicais, associadas às margens de baías, enseadas, barras, desembocaduras de rios, lagunas e reentrâncias costeiras, onde há encontro de águas de rios com a do mar. 



Dizem que é inesquecível vivenciar a “Pororoca”, que é um fenômeno natural caracterizado por grandes e violentas ondas que são formadas a partir do encontro das águas do mar com as águas do rio, aventura muito apreciada por surfistas.  

São muitas as atividades para curtir na ilha: excursões em barcos para observar a fauna e a flora da região, canoagem, off road, pesca, mangues, sítios arqueológicos, pântanos e praias para todos os gostos completam a experiência na ilha do doce mar.

Outra experiência que a ilha oferece é a visita nas fazendas, que oferecem passeios com os búfalos, nós optamos por não fazer. 

Fontes complementares:

Para saber detalhes sobre transporte e locais interessantes visite a página: https://www.soure.pa.gov.br/o-municipio/turismo-e-lazer/

Para aprofundar conhecimentos sobre a Arte Marajoara: http://www.museudomarajo.com.br/

Para saber mais: https://it.wikipedia.org/

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